Saturday, January 25, 2025


 O UBER, OS PASTORES E A CURA GAY 

O motorista da Uber passou a viagem toda tentando me convencer que existia "cura gay". Esse assunto veio a tona depois que notei que a emissora de rádio evangélica estava abordando o assunto sobre "cura gay" com o depoimento de pastores curados do "homossexualismo". Toda vez que esses pastores davam testemunho da cura, o motorista dava glória a Deus. 

 A cena patética de louvar Deus sobre curar algo que não era doença, me fez balançar a cabeça várias vezes reprovando os testemunhos dos pastores.  O motorista, vendo minha atitude, disse que não se deveria duvidar do poder de Deus.  Retruquei dizendo que algo que não é doença não poderia ser curado.

Minha resposta não foi muito bem digerida pelo motorista que afirmou conhecer o caso de diversos homossexuais que quando conheceram o poder de Jesus foram curados do "homossexualismo". Nessa hora, voltei a afirmar que esses ex gays não foram curados, mas estavam reprimindo a própria orientação sexual para serem aceitos. Então, complementei dizendo que conheci diversos casos de pessoas gays que entraram em igrejas evangélicas pensando que seriam curadas, mas, na verdade, estavam reprimindo a própria sexualidade. E descobriram que homossexualidade não era doença e passaram a se aceitar.

Querendo me convencer que existia cura gay, o motorista começou a falar da própria vida, revelando que era um ex gay.  Segundo ele, a doença do "homossexualismo" o afligiu no seio familiar quando não conhecia o evangelho de Jesus. Na adolescência havia se entregado aos desejos da carne com os primos, em seguida com os colegas da escola e da rua. Quando adulto frequentava assiduamente boates gays, chegando a transar numa noite com sete homens e a participar de surubas. 

Mas, nada disso o fazia feliz, a família, os vizinhos, os amigos e os colegas de trabalho não o respeitavam, estava sempre só e sem amor. Somente, quando aceitou Jesus e entrou para a igreja, passou a ser amado. Hoje, após curado do "homossexualismo", pode casar com uma mulher e constituir família. 

Atentamente, ouvi cada palavra do motorista da Uber sobre sua vida regressa. Então, o respondi dizendo que somente confirmou o que tinha dito minutos antes: Que ele havia reprimido a própria homossexualidade para ser aceito. Apesar dele não ter gostado, continuei dizendo que o preconceito e não aceitação das pessoas o fizerem desejar ser aceito e respeitado, isso somente poderia ser feito com ele deixando de ser gay, para isso aceitou a pseudo cura da homossexualidade como verdade.

Minhas palavras o deixaram sem reação e o fim da viagem foi um alívio a sua pessoa.  

Luiz Carlos Crônicas de um historiador.


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