Tuesday, September 3, 2019

Via União Nacional LGBT - Inconfidentes / FB:


 
HISTÓRIA — O movimento LGBT (anteriormente chamado de movimento gay, movimento homofílico, e movimento uranista) foi fundado originalmente por homens gays. É politicamente incorreto afirmar isso nos dias atuais. Mas os fatos históricos não devem ser encobertos por mentiras convencionadas por códigos de correção política.

Além disso, a comunidade gay, como outras comunidades minoritárias, desviantes e marginalizadas, tem o direito de tomar posse da sua memória, e o direito de orgulhar-se das suas lutas.

A faxina cultural da história gay promovida pelo heterossexismo tradicional tem se somado à micro faxina cultural levada a cabo pelo comboio de movimentos sociais LGBTQI+. É importante, neste sentido, e em tais circunstâncias, que todos saibam que:

▬ O movimento gay não começou após os motins de Stonewall, em 1969. Este movimento teve início no século XIX na Alemanha. O primeiro revolucionário gay se chamava Karl Heinrich Ulrichs (1825). O conceito de "gay right" é invenção dele; portanto o "Orgulho" existe graças a Ulrichs. O primeiro grupo gay apareceu em 1887. O movimento homossexual alemão foi muito importante e obteve mudanças sociais significativas. Antes do advento do nazismo existiu uma coalizão que agregava milhares de ativistas, e se expandiu para outras nações europeias, como a Suíça, sobrevivendo aos nazistas.

▬ Na América, os primeiros ativistas apareceram já na década de 20, inspirados pelo movimento gay alemão. E depois nos anos 40, 50 e 60, antes dos motins [de Stonewall]. Na época dos motins havia dezenas de grupos gays organizados; inclusive existiam revistas gays de ativismo a nível nacional desde os anos 50. Durante toda a década de 60, homossexuais militantes saíram às ruas para protestar publicamente contra discriminação e por direitos civis.

▬ Os motins de Stonewall são um marco simbólico para o movimento gay; a partir dele as manifestações de rua tomaram a forma de "paradas", tal como conhecemos hoje (anteriormente as manifestações de rua aconteciam sob a forma de piquete) e o termo "gay" popularizou-se para a cultura mainstream. Segundo o historiador David Carter, o sucesso de tais motins deve-se principalmente a jovens homossexuais sem teto, em sua maioria caucasianos e afeminados. Havia poucos latinos, poucos gays masculinos, e quase nenhuma transexual e travesti. A alegação do movimento transgênero americano de que foram as travestis e transexuais "quem mais lutou" ou "quem começou a luta" é ilegítima.

▬ Os motins de Stonewall não representam a "primeira rebelião gay" do mundo. Nos anos 60 ocorreram vários motins em bares frequentados por homossexuais; um dos mais importantes aconteceu na "Taverna do gato preto", em 1966. Além disso, também existiram motins no século dezoito na Inglaterra, dentro de uma ''casa Molly'' (casa de maric*s, bar gay pré moderno) e uma rebelião contra uma lei homofóbica em Tessalônia (na Grécia), no ano de 388 da Era Comum (EC).

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Texto levemente adaptado do original de Walter Silva — ativista e pesquisador independente da cultura e memória da comunidade Gay

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